"Esta situação é
preocupante. Durante muitos anos fomos solicitados pelo Ministério da
Saúde para aumentar recursos humanos, investir na sua formação e para
adquirir equipamentos. Transformámos as corporações em prestação de
serviços especializados e agora o ministério deixa-nos com o 'menino
nos braços'", afirmou Jaime Marta Soares, em declarações à Lusa.
De acordo com
Jaime Marta Soares, várias associações de bombeiros do país atravessam
grandes dificuldades financeiras devido à diminuição da requisição de
serviços de transporte de doentes não urgentes, aquela que foi, até há
cerca de dois anos, uma das principais fontes de receitas das
corporações.
"Nunca foram os
bombeiros que se foram oferecer para prestar estes serviços. Se
algumas corporações se extinguirem, haverá menos oferta para este tipo
de serviços, em prejuízo dos cidadãos e dos doentes. Se houver
encerramento de corpos de bombeiros, e pode acontecer, o único
responsável é o Ministério da Saúde", afirmou.
O presidente da
Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa, António Carvalho, disse à
Lusa que há corporações com quebras entre os 50 e os 70 por cento na
prestação destes serviços.
"As reduções são
drásticas e estão a estrangular as associações. Isto implicará
redução de efetivos e temo que algumas das 56 corporações do distrito
de Lisboa possam vir a fechar portas", disse.
Segundo António
Carvalho, algumas associações ainda não pagaram os subsídios de Natal e
outras já estão a despedir funcionários e a não renovar contratos.
"Houve
corporações que fizeram empréstimos para comprar ambulâncias
específicas para este serviço e agora vão ficar a pagar os empréstimos
sem terem rentabilização deste serviço. Algumas vão abandonar o
serviço de transporte de doentes não urgentes", afirmou.
O presidente da
associação de bombeiros de Agualva-Cacém, no concelho de Sintra, Luís
Silva, disse à Lusa que a diminuição dos serviços de transporte de
doentes provocou um prejuízo que rondou os 130 mil euros em 2012.
Luís Silva
adiantou que será obrigado a despedir 14 funcionários, o que
significará uma redução de 30 por cento do número de efetivos, e a
"encostar" cinco das sete ambulâncias de transporte de doentes não
urgentes.
Para Joaquim
Leonardo, comandante dos bombeiros de Algueirão-Mem Martins, a
diminuição em 75 por cento destes serviços obrigou esta corporação a
reformular o número de efetivos, não renovando dez contratos.
Esta corporação
tem nove ambulâncias para este transporte - custaram cerca de 55 mil
euros cada - mas atualmente utiliza apenas três. Segundo o comandante,
as restantes seis ficarão "paradas", até porque dificilmente "alguém
quererá comprar um veículo destes".
Em junho de
2012, o Ministério da Saúde evitou que as 56 corporações de bombeiros
do distrito de Lisboa suspendessem o transporte de doentes não urgentes
ao aceitar rever os preços que a Administração Regional de Saúde de
Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) pretendia pagar pelo serviço.
No entanto, e
de acordo com várias corporações de bombeiros, o ministério reduziu os
encargos com este serviço ao diminuir o número de credenciais de
transporte passadas a doentes.
A agência Lusa solicitou esclarecimentos ao Ministério da Saúde, mas não obteve resposta até ao momento.
Fonte: sicnoticias
Bombeiros de Foz Côa - Tel. 279 768 100; email - bombeirosdefozcoa@hotmail.com
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