O primeiro dia de Inverno fica marcado pela destruição de
uma habitação, no bairro da “Farfola”, fruto de uma violenta ignição.
Este incêndio, cujas origens estão a ser apuradas pelas
autoridades competentes, ocorreu numa zona urbana de habitações geminadas,
construídas em meados dos anos 80, em material pré-fabricado, sendo por isso,
um autêntico “barril de pólvora”.
Quando os Bombeiros chegaram ao local, a habitação em causa
já se encontrava parcialmente tomada pelas labaredas, e só, com a rápida e
eficiente intervenção dos operacionais, foi possível confinar o incêndio ao
espaço onde se desenvolvia, protegendo e minimizando dessa forma as exposições contíguas.
Tendo em consideração as condições existentes, onde prolifera
material altamente combustível, sem qualquer compartimentação na sua extensão
horizontal e vertical, a actuação dos Bombeiros foi de altíssimo nível e digna
de ser registada.
Nas operações de extinção a este incêndio estiveram
presentes 8 Bombeiros, apoiados por 2 viaturas de combate e 1 ambulância.
A GNR de Foz Côa esteve no local e registou a ocorrência.
Bombeiros sentem-se Impotentes e Frustrados
No “rescaldo” da operação e de forma mais relaxada, os
Bombeiros não se conformam com as condições existentes. Desde meados de 2000
que os operacionais têm vindo a alertar as entidades competentes e com
responsabilidade, para a paupérrima condição de actuação neste tipo de
ocorrências. “Sempre que existe um incêndio urbano só podemos formar uma equipa
pois só temos 2 ARICAS (Aparelho Respiratório Isolante Circuito Aberto – Ver AQUIDefinição de ARICA). Temos depois 2 garrafas suplentes que permitem ser
montadas no arnês mas é sempre necessário retirar os Bombeiros do interior,
desguarnecer o local momentaneamente para trocar as garrafas.” – Referem os
Operacionais.
“Depois de cada incêndio urbano, essas mesmas garrafas tem
de ser cheias com ar comprimido na cidade da Guarda, situação que nos deixa
ainda mais fragilizado durante alguns dias. Ainda neste incêndio, houve a
necessidade de colocar 1 Bombeiro em operações de extinção no telhado da
habitação e teve todo o tempo sem protecção respiratória e apenas 2 Bombeiros entraram
na habitação, tendo de realizar as buscas, o combate e de forma racionada para
não gastar todo o ar da garrafa.” – Salientam
“A par deste caso e apesar de haver fatos de protecção
individual, com capacete inclusive, não há em número suficiente para que cada
elemento tenha o seu, o que obriga á partilha de equipamentos entre elementos,
situação que consideramos não ser a mais higiénica e que, simultaneamente,
obriga a um acentuado desgaste do material com as sucessivas lavagens” –
Desabam os Bombeiros
“Começamo-nos a sentir frustrados e cansados de andar á
tantos anos a “pedinchar” para que alguém nos dê condições por forma a
extinguir incêndios urbanos de forma segura. Neste País, com hábitos e costumes
enraizados, pensamos nós que o proverbio – Depois de casa roubada, trancas na
porta – é o necessário para a resolução desta situação, pois só depois de 1
Bombeiro se ferir gravemente ou até morrer seremos ouvidos e ajudados.” –
Concluem.
Bombeiros de Foz Côa - Tel. 279 768 100; email - bombeirosdefozcoa@hotmail.com
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