sábado, 21 de dezembro de 2013

Incêndio Urbano Destrói Habitação



O primeiro dia de Inverno fica marcado pela destruição de uma habitação, no bairro da “Farfola”, fruto de uma violenta ignição. 

Este incêndio, cujas origens estão a ser apuradas pelas autoridades competentes, ocorreu numa zona urbana de habitações geminadas, construídas em meados dos anos 80, em material pré-fabricado, sendo por isso, um autêntico “barril de pólvora”.
Quando os Bombeiros chegaram ao local, a habitação em causa já se encontrava parcialmente tomada pelas labaredas, e só, com a rápida e eficiente intervenção dos operacionais, foi possível confinar o incêndio ao espaço onde se desenvolvia, protegendo e minimizando dessa forma as exposições contíguas. 

Tendo em consideração as condições existentes, onde prolifera material altamente combustível, sem qualquer compartimentação na sua extensão horizontal e vertical, a actuação dos Bombeiros foi de altíssimo nível e digna de ser registada.

Nas operações de extinção a este incêndio estiveram presentes 8 Bombeiros, apoiados por 2 viaturas de combate e 1 ambulância. 

A GNR de Foz Côa esteve no local e registou a ocorrência. 

Bombeiros sentem-se Impotentes e Frustrados

No “rescaldo” da operação e de forma mais relaxada, os Bombeiros não se conformam com as condições existentes. Desde meados de 2000 que os operacionais têm vindo a alertar as entidades competentes e com responsabilidade, para a paupérrima condição de actuação neste tipo de ocorrências. “Sempre que existe um incêndio urbano só podemos formar uma equipa pois só temos 2 ARICAS (Aparelho Respiratório Isolante Circuito Aberto – Ver AQUIDefinição de ARICA). Temos depois 2 garrafas suplentes que permitem ser montadas no arnês mas é sempre necessário retirar os Bombeiros do interior, desguarnecer o local momentaneamente para trocar as garrafas.” – Referem os Operacionais. 

“Depois de cada incêndio urbano, essas mesmas garrafas tem de ser cheias com ar comprimido na cidade da Guarda, situação que nos deixa ainda mais fragilizado durante alguns dias. Ainda neste incêndio, houve a necessidade de colocar 1 Bombeiro em operações de extinção no telhado da habitação e teve todo o tempo sem protecção respiratória e apenas 2 Bombeiros entraram na habitação, tendo de realizar as buscas, o combate e de forma racionada para não gastar todo o ar da garrafa.” – Salientam 

“A par deste caso e apesar de haver fatos de protecção individual, com capacete inclusive, não há em número suficiente para que cada elemento tenha o seu, o que obriga á partilha de equipamentos entre elementos, situação que consideramos não ser a mais higiénica e que, simultaneamente, obriga a um acentuado desgaste do material com as sucessivas lavagens” – Desabam os Bombeiros

“Começamo-nos a sentir frustrados e cansados de andar á tantos anos a “pedinchar” para que alguém nos dê condições por forma a extinguir incêndios urbanos de forma segura. Neste País, com hábitos e costumes enraizados, pensamos nós que o proverbio – Depois de casa roubada, trancas na porta – é o necessário para a resolução desta situação, pois só depois de 1 Bombeiro se ferir gravemente ou até morrer seremos ouvidos e ajudados.” – Concluem. 


Bombeiros de Foz Côa - Tel. 279 768 100; email - bombeirosdefozcoa@hotmail.com

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