A solidariedade entre os Bombeiros não tem limites e quando
se trata de ajudar o próximo e o semelhante, expresso na palavra do ano de
2013, os Bombeiros estão sempre na linha da frente.
Nunca foi segredo nenhum e até amplamente divulgado pelos
órgãos institucionais com responsabilidades na proteção e socorro, que os
Soldados da Paz da cidade Patrimonial, sofrem graves lacunas em equipamentos de
proteção individual para todo o tipo de intervenções, com principal incidência
no âmbito dos incêndios urbanos e industriais, possuindo para 30 elementos
apenas 7 equipamentos completos e apenas 4 aparelhos respiratórios,
operacionalmente denominados de ARICAS, cuja principal função é garantir “ambiente”
respirável, de forma isolada por recurso a garrafa de ar comprimido, situação
que pode bem ditar entre a busca e não busca, entre a vida que se pode salvar e
a morte.
Como isto nunca foi segredo nenhum e como, no entender dos
operacionais, não é vergonha alguma dizer que não se tem, durante várias
semanas de eventos formativos, com Bombeiros de todo o País, a fluidez da
conversa acaba sempre por levar á temática, explanando-se experiencias,
abordagens, decisões e equipamentos, as nossas fragilidades foram sempre
debatidas e atentamente escutadas.
Como todo o Bombeiro tem sempre um coração do tamanho da
alma e porque, dos Bombeiros das terras patrimoniais, as relações interpessoais
aliadas á humildade e simplicidade, sempre foram um potencial de “exportação”, das
terras dos travesseiros, por sinal património mundial também, concretamente dos
Bombeiros Voluntários de São Pedro de Sintra, dotados de infraestruturas
humanas e materiais admiráveis, os seus elementos de Comando ficaram
sensibilizados para semelhante diferença e tão admiráveis pela capacidade de
dedicação, de esforço e de simplicidade com que os seus homónimos de Foz Côa
trabalham, que, num acto imediato e dotado de uma incrível solidariedade,
fizeram chegar ao nosso quartel, 15 casacos de proteção individual para incêndios
urbanos.
Depois de tal nobreza, e no “debriefing” do incêndio urbano
que há uns tempos destruiu parcialmente uma habitação no frágil “bairro da
Farfola”, onde o esforço dos elementos que comparecerem ao toque de sirene foi
semelhante ao enorme risco que correram por falta de equipamentos, a direção da
Associação, economicamente débil em esforço diário para garantir fundos que mantenham
os serviços mínimos assegurados pelos profissionais, despendeu uma pequena
verba para a aquisição de 5 aparelhos respiratórios, em terceira mão, oriundos
de países economicamente luxuosos, para que dessa forma se possam “salvar”
algumas vidas, pelo menos as vidas dos que vão para salvar.
Sabiamente alguém disse
um dia, “não há dinheiro que pague uma vida”, mas neste caso, pode-se dizer, “não
há dinheiro para se dar para alguém salvar uma vida”.
Ainda existe um longuíssimo caminho a percorrer. Ainda
faltam calças para incêndios urbanos, ainda faltam botas de incêndios urbanos,
ainda faltam aparelhos respiratórios, ainda faltam meios de acesso a zonas de
altura, mas não falta certamente a coragem, a vontade, o querer, a garra e a
dignidade destes homens, deste Bombeiros, dos seus Bombeiros e um dia, lá
chegaremos.
Aos elementos de Comando dos Bombeiros de São Pedro de
Sintra, nomeadamente Sr. Comandante Pedro Nunes, 2º Comandante Rui Fontaínhas e
os Srs. Adjuntos de Comando Hugo Marques e Rogério, bem como á Direção da
Associação, o Comando, Direção e todo o Corpo de Bombeiros de Foz Côa expressam
muita gratidão. Obrigado.
Este artigo é da exclusiva responsabilidade de: Rafael Almeida – 2º CMDT
Bombeiros de Foz Côa - Tel. 279 768 100; email - bombeirosdefozcoa@hotmail.com
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