No passado dia 14 de Maio, pouco depois das 17 horas, em
pleno auge primaveril mas com temperaturas improprias, com humidade relativa
abaixo da média e com um vento moderado a forte, em pelo coração do Parque Arqueológico
do Vale do Côa, na zona da Penascosa, uma ignição irrompe junto ao rio Côa e em
poucos minutos, ganha o folego suficiente para subir velozmente a “montanha”
que acolhe um dos mais importantes polos de gravuras rupestres ao ar livre.
As dificuldades no combate, além do aglomerado de combustível
e sua continuidade, foram provocadas essencialmente pela escassez de acessos às
viaturas, que limitou e muito a progressão dos Bombeiros. Quase 6 horas depois
e com algumas dezenas de hectares de terra queimada, o incêndio foi dado como
dominado, prosseguindo na manhã do dia seguinte os trabalhos de consolidação de
rescaldo e pontos quentes.
No local estiveram presentes 23 Bombeiros, apoiados por 7
viaturas, dos Corpos de Bombeiros de Vila Nova de Foz Côa, Vila Franca das
Naves, São João da Pesqueira e Celorico da Beira.
È necessário remontar a 2005 para recordar um incêndio
nestas encostas, provocado na altura por um acto negligente dos responsáveis
pela vedação no núcleo rupestre, tendo tido semelhante consequência paisagística,
aliando na altura todas as dificuldades existentes num dia tórrido de Agosto.
Em 2008, novo incêndio nas proximidades, levava grande polémica junto do
secretariado no ministério da cultura pelas enormes dificuldades encontradas
pelos Bombeiros nos domínios nascentes das ignições em “arribas” de características
próprias como são as do Côa, época em que nem todo o País se encontrava coberto
pelos helicópteros de combate a incêndios em ataque inicial, sendo o Concelho
de Foz Côa servido então pelo meio aéreo sediado em Aguiar da Beira e para
missões de ataque ampliado.
Esta zona, considerada património da Humanidade pela UNESCO
e monumento nacional pelo IGESPAR, acolhe um riquíssimo pecúlio sociocultural, paisagístico
e ambiental, dotado de uma biodiversidade própria e característica, foi palco
de mais um crime bárbaro protagonizado pela irracionalidade humana, quer na sua
intencionalidade ou na sua negligência.
Bombeiros de Foz Côa - Tel. 279 768 100; email - bombeirosdefozcoa@hotmail.com
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